terça-feira, 22 de março de 2011

A Esperança é Baiana!


Há 31 anos um novo modelo partidário provoca o mundo com uma visão de homens e mulheres comuns: o Partido dos Trabalhadores. Um olhar que torna as pessoas não somente mais ricas e mais livres, mas, também mais engrandecidas. Trata-se de uma nova opção para a humanidade, um novo marco civilizatório, que a partir de 2002 ganhou uma dimensão capaz de mostrar aos demais países como é possível promover uma revolução democrática sem negar a soberania de todos os povos.

Na Bahia, particularmente, a partir de 1999, surgia uma bancada estadual composta por seis deputados, que buscou incessantemente promover essa revolução democrática a partir dos princípios regidos por um partido que encontrou na diversidade a sua razão de ser. Entre os parlamentares, Zilton Rocha, Moema Gramacho, Luiz Bassuma, Zé das Virgens, Paulo Jackson e o nosso mandato, que após quatro eleições, permanece no legislativo baiano. Uma bancada tão coletiva quanto o exército de um homem só comandado pelo primeiro parlamentar petista da Bahia: Alcides Modesto.
Em 2006, no curso das mudanças perpetradas pelo país, os baianos optam pelo caminho da esperança. Na oportunidade, liderei a bancada do PT, tendo a tarefa de reverberar no âmbito do legislativo estadual as palavras de uma nova ordem, em uma perspectiva realista, mas, sem perder de vista a utopia de qualquer ideia nova.

Nasceu um realismo utópico a partir das iniciativas dos grupos oprimidos no estado que, em um lugar onde parecia ter desaparecido a alternativa, construiu, um pouco por toda a parte, alternativas locais que tornaram possíveis o sonho comum de uma vida digna e decente para todos os baianos: Vitória da Conquista, Pintadas, Alagoinhas, Senhor do Bonfim, algumas das cidades que tiveram a chance de colocar em prática o jeito petista de governar. Finalmente, é eleito no primeiro turno o governador Jaques Wagner.

Após quatro anos são renovadas as esperanças. De 10 petistas na Assembleia Legislativa da Bahia, o partido saltou para 14, tendo como a principal tarefa recuperar a esperança de um governo ainda melhor. E recuperar a esperança significa, neste contexto, alterar o estatuto da espera, tornando-a (a esperança) simultaneamente mais ativa e mais ambígua, porque, a esperança não reside no princípio de quem aguarda o futuro. Ela reside antes, na possibilidade de criar novos campos de experimentação social onde seja possível resistir localmente sem perder a ternura de quem reconhece os avanços, mas sabe que precisa ir mais além.
 
Disse Marx que cada sociedade só se coloca em cada época os problemas que pode resolver. Compreendo as razões que levaram Marx a tal afirmação, mas discordo. O que faz mudar as sociedades e as épocas é precisamente o excesso de problemas que aparecem em relação às soluções que tornam possíveis. Hoje, sabemos melhor aquilo que não queremos. Resta traçar agora aquilo que queremos. Todos nós.

Para alcançar tais objetivos, superar os desafios do governo e ajuda o governador Jaques Wagner, é preciso revalorizar a solidariedade dentro e fora do partido. A solidariedade é uma forma específica de poder, um contraponto ao modo colonialista de governar. O colonialismo político consiste na ignorância da reciprocidade e na incapacidade de cada partido conceber o outro.
A solidariedade é obtida no processo, sempre inacabado, de nos tornamos capazes de reciprocidade e perceber os interesses dos outros. Nos três poderes, mas, especialmente, entre o legislativo e o executivo, a palavra de ordem será a solidariedade. E a base desta esperança é uma idéia de nós mesmos, petistas. Um partido para o poder e não o poder para o partido.

É nossa tarefa aperfeiçoar o Topa, o Água para Todos, a internação domiciliar, o Trilha, o ronda nos bairros, assim como, rever o papel dos Centros Sociais Urbanos, das Casas de Medidas Sócio-Educativas, dos Centros de Cultura, da TVE, das Diretorias Regionais de Educação e Saúde, e de tantas novas tecnologias sociais e institucionais promovidas ou inacabadas por este governo.

Não basta, para nós, suavizar o que não souberam modificar ou refazer, nem justificar práticas compensatórias. Porque, de nós, todos nós, para todos nós, não é dado, como diria o presidente Lula, o direito de errar. E aos homens e mulheres de esquerda da Bahia a maior tarefa de todas: governar o maior estado petista do país, porque, daqui, pode emergir a civilização que o mundo inteiro espera...

*Yulo Oiticica é deputado estadual e líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa da Bahia
YULO OITICICA

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