segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Liturgia Eucarística: muito mais do que simples respostas


Nós, cristãos, estamos sempre nos questionando se estamos seguindo e concretizando a proposta de Jesus Cristo. Esta auto avaliação é fundamental para construirmos o Reino de Deus. Por isso, paremos e pensemos no Rito Eucarístico: qual o seu significado? Temos vivido este momento celebrativo cientes da sua importância em nossas vidas?
A Eucaristia é memorial da morte e ressurreição de Jesus. Todos os domingos fazemos memória de seus últimos atos. A importância disso está no fato de tornarmos presente e atual o mistério vivido por Jesus. A todo tempo seu mistério pascal nos faz refletir sobre o que é a morte hoje, sobre a nossa atuação comunitária para a construção do Reino de Deus e sobre os nossos esforços para agirmos como Ele agiu.
Jesus, o maior homem da história da humanidade, defensor da vida e da paz, tornou o seu projeto de vida eterno, pois fazemos memória de Cristo e de todo o mistério pascal por ele vivido através de um gesto vital, que é o ato de comer. Assim, Jesus demonstra a sua presença diária em nossas vidas. Comendo do pão e bebendo do vinho, nos tornamos unidos a Ele. E mais: fazendo o que Ele fez, assumimos o compromisso que ele assumiu que é nos colocar a serviço de Deus e; portanto, a serviço uns dos outros. Colocando-nos a serviço do outro estamos construindo o Reino de Deus, pois isso exige de nós o amor pelo irmão e pela irmã... amor que é respeito à diversidade e à divindade que cada um carrega dentro de si por ser filho do mesmo Pai.
A Eucaristia nos faz refletir ainda sobre homens e mulheres, sobre a natureza. Todo alimento que ingerimos é resultado do trabalho humano e da natureza, por isso, ao comermos, devemos nos lembrar do suor vindo do trabalho dos nossos irmãos, de sermos humanos, de demonstrarmos a importância da vida daquela pessoa – que trabalhou para plantar e colher – na nossa vida. E mais ainda, que somos parte da natureza, compomos todos juntos um universo perfeito criado por Deus e que, enquanto parte do mesmo, devemos preservá-lo.
Comendo nos lembramos também dos famintos, da natureza que morre. É preciso sentir a morte para se proclamar a ressurreição. É preciso sentir a pobreza, a miséria, a violação aos direitos humanos e o sofrimento do próximo para proclamarmos a boa nova.
Quem come o pão partido se compromete a repartir seu pão com os necessitados e a dedicar sua vida par que haja um mundo sem fome, sem exclusão, com justiça, fraternidade e paz. É esse o compromisso que assumimos ao comungar. Um compromisso coletivo: partilhamos o mesmo pão e a mesma responsabilidade. Assim, mais que preparar a mesa para o rito Eucarístico, devemos nos preparar para um ato de seriedade.
Não podemos nos esquecer também que, antes de entregar o pão e o vinho aos seus discípulos, Jesus agradeceu. Assim também devemos fazer: dar graças pela vida que nos é dada, por podermos nos dar uns aos outros, por vivermos em comunhão, por sermos corpo que junto com Cristo – cabeça – e darmos graças ao Pai.
Assim, devemos pensar ao participarmos do rito Eucarístico junto com o celebrante, nosso representante, nossa voz diante de Deus e fazer desse momento um ato de reflexão, de profundo agradecimento.
A Eucaristia acaba por ser um modo de vida. É sentando à mesa, na comunhão, nos diversos espaços em que nos damos tempo para compreender a vida, que devemos pensar os meios de torná-la melhor para aquele quem vivem ao nosso redor. É isso que o Pai quer de nós: que respondamos à sua proposta com vida e força, cientes de nosso compromisso com a sociedade e com a vida.

Por Bruna Junqueira Ribeiro
Participante da Escola de Liturgia de 2006.

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