quinta-feira, 21 de julho de 2011

TRF acolhe denúncia e torna réus promotores envolvidos no mensalão do DEM

BRASÍLIA - A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região acolheu nesta quinta-feira a denúncia do Ministério Público contra o ex-procurador-geral do Distrito Federal Leonardo Bandarra e a promotora Deborah Guerner, entre outros acusados de tentar extorquir R$ 2 milhões do ex-governador José Roberto Arruda. No total, 12 desembargadores votaram pelo acolhimento integral das acusações. Apenas o desembargador Jirair Meguerian pediu a exclusão de Bandarra e do empresário Marcelo Carvalho, principal executivo do grupo empresarial do ex-vice-governador Paulo Octavio até o início do escândalo do mensalão do DEM.
INFOGRÁFICO: Relembre o escândalo do mansalão do DEM
A desembargadora Mônica Sifuentes apresentou um longo relatório sobre a suposta tentativa de extorsão de Arruda. Segundo ela, Deborah Guerner, cobrou R$ 2 milhões do ex-governador para não divulgar um vídeo em que Arruda aparece recebendo dinheiro do ex-secretário Durval Barbosa, delator do mensalão. Deborah Guerner teria pedido dinheiro numa reunião com Arruda na residência oficial do governador em junho de 2009, mas Arruda teria rejeitado a oferta. A desembargadora sustenta que Guerner foi ao encontro de Arruda em companhia de Marcelo Carvalho. O vídeo da chantagem teria sido entregue à promotora pela jornalista Cláudia Marques, a pedido de Durval Barbosa.
Mônica Sifuentes afirmou ainda que Bandarra e o marido de Deborah, Jorge Guerner, planejaram a tentativa de extorsão. Uma das provas da participação de Bandarra seria um diálogo entre ele e Deborah no dia seguinte à tentativa de chantagem. No diálogo, os dois conversam em código sobre uma reunião e mencionam o nome Ricardo, que seria o codinome de Arruda.
A advogada Gabriela Benfica negou qualquer envolvimento de Bandarra no caso.
-Mais uma vez, a relatora fez apenas a transcrição da denúncia. Em nenhum momento ela fez referência à tese da defesa. O resultado do julgamento é um juízo superficial. Com relação ao doutor Leonardo Bandarra, os indícios são frágeis. Ele não participou, não planejou, não tem nenhum elemento que indique autoria dele - disse Gabriela.
O advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes deverá insistir na tese de que a promotora Deborah Guerner tem problemas mentais e não pode ser responsabilizada criminalmente.
- Ela não bate o pino - disse Fernandes
Após ter causado confusão na abertura do julgamento, a promotora Deborah Guerner deixou a sessão, ao lado do marido, Jorge Guerner, dizendo que ele estava passando mal. Antes de chegar ao posto de atendimento, a promotora desmaiou e foi encaminhada ao posto médico do tribunal.
Por Jailton de Carvalho (jailtonc@bsb.oglobo.com.br) | Agência O Globo 

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